Eu gosto de ser bipolar? (Reflexão)


Pintura ao fundo: Vincent Van Gogh - Starry Night on the Rhone, 1888
Pintura ao fundo: Vincent Van Gogh - Starry Night on the Rhone, 1888

[Este texto foi publicado originalmente na fanpage de Relatos de um Garoto de Outro Planeta no Facebook no dia 19 de Janeiro de 2018.]


Você deve estar se perguntando: como assim gostar de ter uma doença? De fato, eu não gosto de ser bipolar, não gosto de perder o controle sobre a minha vida periodicamente (que é o que acontece quando as crises vêm). Elas vêm e vão.

Se eu pudesse fazer um gráfico sobre a minha vida em 2017 seria cheio de subidas e declínios, os momentos em que eu retomo meus projetos e os momentos que eu abandono. Desde quando eu comecei o tratamento eu não consegui mais ser tão constante. Isso porque eu estou medicado e não tenho mais crises tão intensas, mesmo assim eu sinto as "fases" passando, como se eu estivesse no mar sentindo as ondas atravessarem meu corpo. O mar é bipolaridade.

Isso não é nenhum pouco agradável, também não é agradável pagar uma fortuna todo mês em remédios. Pode ter certeza que eu iria adorar não ser bipolar e gastar todo esse dinheiro em jogos ou livros, ou qualquer outra coisa…

Mas eu me orgulho de ser bipolar, me orgulho da luta e não me sinto menos do que ninguém. Apesar de algumas pessoas me tratarem com diferença quando sabem que eu carrego este diagnóstico. O problema é delas.

GIF de uma das cenas do filme de animação biográfico sobre o pintor Vincent Van Gogh que muitos psiquiatras acreditam que tinha um quadro de Bipolaridade e Psicose.
Com amor, Van Gogh (Loving Vincent) - 2015. Filme biográfico de animação sobre a história do pintor
Alguns psiquiatras acreditam que Vincent Van Gogh sofria de um quadro de Bipolaridade e Psicose






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