Viciado em trabalho? Desabafo + primeiros dados da pesquisa

Estou gostando muito de trabalhar na página e no blog, penso que finalmente estou profissionalizando ambos. Estou muito feliz com os feedbacks que estou recebendo na minha pesquisa (se ainda não respondeu, clique aqui, prometo que é rapidinho).

Mas eu penso que o blog também está me desencadeando um nível de ansiedade que está sendo um pouco ruim. Passo o dia aflito pensando:

"Nossa, faz horas que eu não posto nada na fanpage. Há dias não faço um texto para o blog"

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No momento que estou escrevendo essa publicação, o último post que fiz mais completo foi no dia 22/02 e já estamos no dia 28. Isso significa que já se passou quase uma semana entre um e outro. Sem falar que esse último texto não foi inédito, eu já havia publicado ele na página há tempos atrás, mas melhorei e reposte aqui.

• Leia: Por que bipolares tem resistência em seguir o tratamento? (Reflexão)

Além dele eu também fiz um post com 10 dicas para uma melhor autoestima. Só que ele é uma adaptação de um slide que fiz para as redes sociais, ou seja, não foi conteúdo que inédito. Estou usando uma técnica chamada MMC (Multiplicação Mágica de Conteúdo) que é basicamente reutilizar conteúdos prontos em diferentes formatos. Por exemplo, estou transformando alguns conteúdos já publicados no blog em slides para o Facebook e Instagram. Aí eu também linko os posts originais na descrição para quem quiser se aprofundar. Exemplo:

Esse slide foi feito com base em informações que eu já havia utilizado em posts do blog sobre o TPB (Transtorno de Personalidade Borderline), inclusive coloquei as mesmas referências.

[Decidi fazer isso porque eu percebi que existem pessoas que me acompanham de formas diferentes. Pessoas que apenas leem meus blog posts e que somente me acompanham nas redes sociais, etc (coisas que eu descobri com a pesquisa e também com os números do Facebook, Blogger e Google Analytics). Então isso é uma forma de o meu conteúdo atingir pessoas diferentes. O importante é alcançar as pessoas onde quer que elas estejam.]

Então fico me martirizando. A todo momento, fico pensando no blog, que eu deveria estar produzindo conteúdo. Viro noites escrevendo, produzindo layouts, editando o HTML, vendo vídeo aulas, lendo livros e artigos científicos. É coisa de louco!

Acho que estou virando workaholic 😰

Não pude deixar de fazer essa piada 😂

Fiquei trabalhando tanto nos últimos dias, refiz o design do site, criei layouts para as redes sociais, além de ter trabalhado em outros projetos. Acabou que hoje fui continuar escrevendo um post novo e não consegui produzir muito. Fiquei sofrendo pensando que já faz dias desde o último texto mais completo 😫.

Eu não sou uma máquina, sou um ser humano, mas frequentemente me esqueço disso.

Analisando aqui, todas as vezes que travei e não consegui produzir mais é porque eu estava no meu limite. Teve dias que eu estava com bloqueios criativos absurdos, aí dormi e no dia seguinte já acordei produzindo em velocidade super sônica 😂. Às vezes só um cochilo já resolve.

Então resolvi abandonar o texto que eu estava tentando escrever por enquanto e comecei a digitar um desabafo na fanpage sobre essas reflexões. Só que a publicação ficou tão grande que achei melhor postar aqui. Posts de reflexões são mais fáceis de fazer porque o material são apenas os meus pensamentos e sentimentos do momento. É diferente de publicações mais técnicas que eu preciso ler livros e artigos científicos para elaborá-las.

Tudo que eu preciso fazer é deixar meus pensamentos fluírem. Sou uma pessoa muito introvertida e reflexiva, concentro minha energia psíquica no meu próprio mundinho interno (daí o nome do blog).

• Entenda mais sobre as atitudes introvertida e extrovertida lendo meu artigo sobre a teoria de Carl Gustav Jung [Especial teóricos - Parte 1].

Escrever é terapêutico para mim, penso que é uma forma de eu organizar meus pensamentos. Nos textos técnicos organizo as coisas que estudo, assim assimilo melhor. Nos reflexivos (como esse), organizo meus sentimentos. E tudo vira conteúdo para alimentar o blog.

Primeiros dados da pesquisa

Algumas pessoas já responderam minha pesquisa e, já pude concluir algumas coisas interessantes.

• Os leitores/seguidores gostam das publicações de relatos meus sobre como eu lido com o transtorno bipolar;

• A maioria dos leitores/seguidores são jovens, não tem filhos e são estudantes universitários;

• A maioria possui algum diagnóstico de transtorno mental, os que mais aparecem nos resultados: depressão, bipolaridade e transtornos de humor;

• A maioria já teve ideação suicida e uma boa parte, já tentou acabar com a própria vida;

• A maioria já praticou automutilação;

• Já fez psicoterapia ou análise;

• A escola de pensamento da Psicologia que mais interessa os meus leitores/seguidores é a Psicanálise. Deve ser porque escrevo muito sobre ela;

É claro que os resultados podem mudar bastante conforme mais pessoas forem respondendo, a pesquisa está no ar há apenas alguns dias.

Meus poemas

Meu poema sobre sexualidade (ilustração também minha).

• Leia os poemas que já publiquei aqui no blog.

Fiquei surpreso que tem pessoas que gostam dos meus poemas e dos meus posts sobre poesia e literatura. Eu pensava que deveria deixar de lado esse tipo de publicação porque tem um número de visualização extremamente baixo comparado aos outros 😱 (no blog).

Mas penso que isso acontece porque publico os poemas direto nas redes sociais, então talvez as pessoas não sintam necessidade de entrar no blog para vê-los. Não acho isso ruim, alguns conteúdos funcionam melhor nas redes sociais que no blog e tem pessoas que não consomem blog posts. Por isso estou tentando produzir conteúdos diferentes adequados para cada tipo de mídia. Nas redes sociais produzo conteúdo mais leve e rápido de ser consumido, no blog foco em textos mais elaborados, muitas vezes com um trabalho de pesquisa por trás porque a audiência de blogs são pessoas que gostam mesmo dessas coisa (sei porque também pertenço a esse público).

Infelizmente, como falei para vocês, eu não irei mais postar poemas aqui nem nas redes sociais porque decidi que vou publicá-los todos de uma vez em um livro/coletânea que estou escrevendo e pretendo lançar de forma independente. Vai demorar e eu ainda pretendo fazer cursos de poesia e escrita literária para poder melhorar minhas habilidades (estou passando por um processo seletivo de um, inclusive). Não tem prazo, só vou lançar quando sentir que está bom o suficiente, pode ser daqui a um ano, dois ou até mais. Sou muito detalhista e perfeccionista e além de escrever pretendo ilustrar já que sou uma pessoa muito visual. Então se você gosta dos meus poemas, é uma notícia ruim e boa ao mesmo tempo 😂.

Uma das coisas que me motivou foi a questão dos direitos autorais. O custo de patentar um poema é o mesmo de patentar uma coletânea. Se eu quiser publicar meus poemas aqui no blog terei que patentar um por um para prevenir de plágios, e consequentemente gastar um dinheiro que não tenho no momento.

Outro fator é que uma das poetisas que gosto, a Rupi Kaur, publicou seu primeiro livro inicialmente de forma independente e ele fez muito sucesso e se tornou um best seller. Descobri que existem formas de se publicar livros de independentes (sem intermédio de uma editora) com praticidade e baixo custo. Se o meu livro vai fazer sucesso eu não sei, o que importa é que com certeza vou adorar escrevê-lo, é uma coisa para minha lista de realizações pessoais e até para meu currículo. Com ou sem sucesso já estou no lucro.

• Leia: [Livro] Outros Jeitos de Usar a Boca - Rupi Kaur (Resenha)

Sonhos antigos retornando graças ao blog - Desenho e Design

Ele está me trazendo de volta vários sonhos que eu tinha desde criança, mas abandonei com o passar dos anos. Além também de estar me permitindo trabalhar em prol do novo sonho que é a Psicologia. Os antigos sonhos foram desenhar e escrever, tanto por hobby quanto profissionalmente.

Desenho desde cedo e sempre me destaquei das outras crianças por conta dessa habilidade. Também tinha muita aptidão para arte e criação e recebia muitos elogios dos professores e coleguinhas. Isso durou até meados de 2010 quando fiz meu curso técnico em Design Gráfico. Eu tinha 15 anos e entrei no curso justamente por envolver desenho e arte e eu me destaquei bastante, era um dos alunos com as notas mais altas. Meu TCC também teve nota máxima e fiz ele quase todo sozinho, mesmo sendo um trabalho em grupo.

Este foi meu TCC do curso técnico em Design Gráfico. É um logotipo e um Manual de Identidade Visual para uma companhia aérea fictícia (cujo nome foi criado por nós também).

Não sei o que aconteceu, mas depois que sai do curso de design eu me perdi na vida. Primeiro me desencantei com a profissão porque descobri o quanto ela é desvalorizada no Brasil. Artistas geralmente são muito desvalorizados, as pessoas pensam que eles nasceram sabendo fazer as coisas sendo que existe muito estudo e trabalho duro por trás. Durante o curso havia muita propaganda. Eu sentia como se o mundo dos designers fosse um mágico em que eu iria andar de paletó e tênis All Star com meu franjão, assinar mil revistas da área, viver indo à exposições de arte. Seria reconhecido e visto como descolado e especial (e era essa a propaganda que faziam mesmo).

Entrei em um ciclo de autossabotagem e nunca mais pratiquei minhas habilidades em desenho e arte da mesma forma, além de ter caído de paraquedas em outras áreas (de programação a gestão financeira e contabilidade). Tanto é que por conta disso, atualmente não me considero um bom desenhista. Acredito ter potencial para me tornar um porque tenho sensibilidade estética e bom gosto, mas estou longe de ser. Seria se durante essa quase uma década eu tivesse estudado e praticado, mas nunca é tarde. O blog me fez ter vontade de desenvolver esses meus talentos. Sou eu quem faz todos os layouts aqui, os banners, os posts para as redes sociais, etc. Comecei a fazer pintura digital, coisa que também fazia nesse curso, mas desde que concluí nunca havia praticado até eu criar o blog.

O sonho de escrever

'A História Sem Fim' de Michael Ende foi um dos meus livros favoritos da infância. Depois de adulto descobri que ele fala sobre depressão infantil, quando eu era pequeno não tinha maturidade suficiente para entender essa mensagem. O curioso é que eu apresento sintomas de depressão desde criança. Ainda farei uma resenha sobre esse livro, mas ainda tenho que reler.

Quando era pequeno eu também tinha o sonho de ser escritor, eu adorava ler e aprendi muito cedo. Quando entrei na primeira série do ensino fundamental eu era a única criança da minha turma que já sabia ler porque meu pai me deu aulas particulares em casa. Porém, com o passar dos anos esse sonho também foi deixado de lado. A minha relação com meu pai influenciou muito, ele é formado em Letras, então meio que vivia para corresponder as expectativas dele. Para começar, ele me deu aulas particulares justamente por causa disso: queria ter um filho inteligente que tivesse aprendido a ler bem cedo. Talvez ele queria que eu tivesse a mesma paixão que ele tinha pela escrita e a leitura.

Meu pai vivia me comparando com ele, dizendo que na minha idade ele já tinha lido inúmeros livros e ele inclusive, já havia escrito alguns (que não chegou a publicar, mas tinha os manuscritos em casa).

Então tentei ler 'Dom Casmurro', clássico do genial Machado de Assis e não aproveitei a obra. Li o livro inteiro bem rapidamente, mas não entendi bulhufas. O que conclui?

"Não nasci para ler, não tenho capacidade cognitiva para isso. Ou seja, sou burro!"

Sendo que eu não aproveitei o livro por ser muito jovem para lê-lo, e também porque não tive preparo. São livros muito antigos que tem vocabulários pouco usuais, como uma criança vai entender e se divertir lendo essas obras? Os livros do Machado de Assis até que tem uma linguagem boa, mas para a minha idade não, ainda era maçante.

Sempre tive uma tendência para me culpar por tudo. Hoje adulto sei que a culpa não era minha e que eu não sou burro e incapaz de ler e escrever bem.

Passei a ler muito pouco daí em diante, sempre me sentia mal quando pegava em um livro. É como se eu sentisse que não era capaz, novamente a autossabotagem. Durante minha juventude, li poucos livros, apenas alguns de fantasia como alguns da série 'Harry Potter'.

Já recentemente tive que ler clássicos da literatura nacional para o vestibular. Um deles foi 'Iracema' de José de Alencar. Descobri que existem técnicas para conseguir aproveitar um livro desses melhor. Primeiro é necessário escolher uma edição confortável de se ler, com uma fonte grande o suficiente e legível. Além disso, existem edições que já possuem o significado de algumas palavras mais difíceis em notas no próprio livro, além de algumas explicações e ilustrações. Porque é muito desagradável ficar consultando um dicionário a cada termo desconhecido que aparece. A edição que tenho de Iracema é exatamente assim e adorei a obra.

Minha edição de 'Iracema' tem diversas notas, definições de palavras difíceis e ilustrações lindas que facilitam o entendimento do livro. Além disso, no final há um mapa de personagens.

Outros frutos que o estou colhendo com o blog

Financeiramente por enquanto não ganhei praticamente nada e estou começando a chegar a conclusão que o meu blog não é do tipo que dá dinheiro.

Esse nunca foi meu objetivo principal com ele, mas quando vi que existia essa possibilidade, pensei que seria interessante unir o útil ao agradável. Já pensou que sonho ganhar dinheiro com a sua paixão e, ao mesmo tempo, ajudando as pessoas? Nunca mais precisar trabalhar como assalariado em uma empresa vestindo roupa social e mexendo em softwares de escritório? [Não estou criticando quem trabalha e gosta disso, mas não é para mim.]

Pensei em monetizá-lo incluindo anúncios, mas aos poucos estou cogitando não fazer mais isso porque o retorno seria muito baixo enquanto prejudicaria a experiência de usuário. Eu teria mais a perder do que ganhar, pelo menos considerando o tamanho do meu blog atualmente (em matéria de visitantes).

Mas mesmo que ele não me dê retorno financeiro, está me abrindo portas para atuar profissionalmente fora dele. Algumas pessoas conheceram meu trabalho e gostaram, fui chamado para trabalhar em um grupo de produtores de conteúdo autônomos que possui desde profissionais iniciantes a pessoas bem experientes com o objetivo de todo mundo se ajudar. Resolvi investir nisso, estou fazendo cursos de produção de conteúdo e escrita para a internet e posso incluir o blog dentro do meu portfólio.

Pretendo trabalhar com essas coisas e também manter o blog. Descobri que muitos blogueiros fazem isso. Inclusive foi dentro de grupos de blogueiros que chamei a atenção de outros profissionais.

Concluindo

(Imagem retirada do site Clipartmax)

Vou continuar investindo tempo no blog com carinho. Quero fazer ele crescer e ter cada vez mais qualidade. Meu objetivo é ajudar pessoas a mim mesmo também já que é trabalhar aqui é terapêutico e também contribui para o meu crescimento como pessoa e como profissional. No entanto, penso que preciso desacelerar um pouco porque realmente estou sofrendo com ansiedade e noites em claro trabalhando como se não houvesse amanhã.

Cuidar de blogs não é de graça não, mesmo que eu não desembolse um centavo invisto muito tempo para trazer conteúdo cada vez de melhor qualidade e tempo também é dinheiro. Além de que cuido de tudo sozinho, enquanto muitos blogs grandes têm uma equipe ou contratam designers, web designers e até mesmo redatores e agências de produção de conteúdo para alimentá-los.

Eu também acompanho alguns blogs e sites grandes sobre Psicologia e ciência e percebo que muitos deles não tem conteúdos 100% autorais, pegam textos prontos de sites gringos e apenas traduzem. Nem sempre eles têm o cuidado de colocar fontes e referências nos artigos, entre outras coisas.

Não estou querendo me gabar, mas percebo que eu realmente tenho um diferencial já que todo meu conteúdo é todo autoral e sou bastante cuidadoso em postar fontes referências para meus artigos, sempre pensando em vocês (desde que recebi um feedback sobre isso). É claro que isso não significa que vou obter mais sucesso que esses sites. Considerando a quantidade de páginas e sites de divulgação científica e curiosidades com conteúdo sem fontes e de qualidade duvidosa que tem centenas de milhares de curtidores e seguidores, acredito que isso não influencia tanto no sucesso.

Eu poderia escolher o caminho mais fácil, mas não quero sucesso por sucesso, procuro em conjunto com qualidade, ajudar as pessoas e de alguma forma contribuir. Se tenho sucesso, mas não isso, não vejo sentido.